29/03/2017

Capítulo 22. Forgiveness



Dia seguinte.
10:30 da manhã. 


Demi abriu os olhos, piscou algumas vezes e sorriu ao sentir Sophia aninhada em seu peito. Ela alisou carinhosamente o cabelo da garotinha e suspirou, sua menina era tão linda! Sophia abriu os olhinhos, piscou e encarou a mãe. O sorriso que a pequena abriu foi tão lindo que o coração de Demi bateu mais rápido dentro do peito e ela sentiu uma alegria imensa tomar conta de si.

— Bom dia, amor da mamãe. — Demi disse sorrindo. Sophia sentou na cama e coçou os olhinhos. — Vamos tomar banho? — Perguntou levantando-se, ela iria se encontrar com Selena e por algum motivo a ideia de esbarrar com Joseph lhe deixou nervosa. Demi foi até o banheiro e fez sua higiene matinal rapidamente, ligou a torneira para encher a banheira e voltou para o quarto para despir Sophia. — Aonde está seu patinho, amor? — Perguntou colocando Sophia sentada dentro da banheira. Alcançou o patinho que estava em cima da pia e entregou para garotinha que riu batendo as mãos dentro d'água. Demi se despiu e entrou na banheira ficando de frente para filha.

— "Tinho" mamãe. — Sophia disse estendendo o patinho para que Demi passasse sabão nele também. Demi riu e colocou um pouquinho de espuma na cabeça do patinho, Sophia gargalhou alto e passou a mão pela espuma. O banho foi cheio de gargalhadas e brincadeiras, quando elas saíram da banheira a água já estava esfriando. Demi vestiu Sophia com um vestidinho branco com alguns detalhes em vermelho, penteou os cabelos da garotinha e colocou um lacinho no cabelo dela para não incomodá-la. 

— Fica quietinha aqui enquanto a mamãe se troca, o.k? — A garotinha ignorou a mãe para prestar atenção no desenho que estava passando na televisão. Demi entrou no closet, escolheu uma saia branca com alguns detalhes em preto, vestiu uma regata preta e colocou um sobretudo também preto por cima. Ela calçou um salto, voltou para o quarto e desceu com Sophia para tomar café.

— Aonde as senhoritas vão lindas desse jeito? — Dianna perguntou colocando o suco em cima da mesa para Demi tomar café. 

— Nós vamos ao bistrô, vou ter uma reunião com Selena. — Disse enquanto passava geléia na torrada, dormir sem jantar havia sido um erro, ela estava tão faminta que sua barriga roncava alto. — Miley já foi? — Perguntou dando um gole no suco natural de maracujá.

— Sim, ela teve que ir mais cedo, parece que ela e Joseph tinham uma reunião com os novos fornecedores. — Dianna falou enquanto preparava a mamadeira de Sophia que já estava impaciente na cadeirinha, a garotinha também estava faminta. Apenas em ouvir o nome dele, Demi sentiu seu coração acelerar e dessa vez, ela sabia bem o motivo!  — Você tem certeza que vai levar Sophia? Você sabe que ela não para quieta um minuto, tem certeza que ela vai te deixar trabalhar? — Demi olhou para sua filha que esticava os braços para alcançar a mamadeira nas mãos da avó.

— Não precisa se preocupar, mãe. — Sorriu. — Lá eu dou meu jeito.

— Tudo bem mas qualquer coisa me liga que eu vou lá te ajudar, o.k? — Demi assentiu sorrindo e terminou seu café da manhã. Dianna era uma pessoa tão boa e prestativa que Demi ficava encantada com o jeito doce dela, sua mãe era a melhor pessoa que ela conhecia, e a mais bonita também. Dianna percebeu o olhar admirador da filha sobre si e sorriu envergonhada. — O que foi? — Perguntou com as bochechas coradas. Demi sorriu e balançou a cabeça.

— Nada, eu só estou pensando no quanto eu amo você. — Falou com um enorme sorriso no rosto. Dianna riu e beijou a testa da filha.


***


— Bobô. — Sophia gritou alto e em bom som assim que ela colocou os olhos em Paul. Demi sentiu as bochechas corarem quando percebeu que algumas pessoas que estavam no restaurante olhavam para elas. Sophia havia anunciado sua chegada em grande estilo! Paul virou-se e sorriu ao ver Demi se aproximando, ele largou um caderno em cima do balcão e foi cumprimentar as garotas. 

— Bom dia, meus amores. — Ele beijou a bochecha de Demi e pegou Sophia nos braços. — Selena me ligou e disse que já está chegando, ela foi apenas deixar Daniel na escola e não vai demorar. — Demi assentiu e sentou em um dos banquinhos em volta do balcão. — Você quer comer alguma coisa querida?

— Não Paul, obrigada. — Disse enquanto digitava algo no celular, ela estava trocando mensagens com Anne que estava lhe mantendo informada sobre tudo o que estava acontecendo em Nova York. A porta do bistrô foi aberta e Selena adentrou rapidamente, será que ela estava muito atrasada? Ela tirou o casaco e caminhou até Paul e Demi. 

— Me desculpa pelo atraso, Demi. — Falou enquanto cumprimentava Paul e Sophia com um abraço. 

— Está tudo bem, Selena. Eu também acabei de chegar. — Demi cumprimentou Selena com um beijo na bochecha. — Está animada? — Perguntou tentando descontrair o clima, ela não sabia muito como falar com Selena ou como agir, nunca havia feito questão de conversar com Selena mas queria mudar isso. 

— Estou. — Selena disse tímida mas sem esconder sua animação, Demi trabalhava para grandes marcas e para famosos que ela admirava muito, então para ela tudo aquilo parecia um sonho. 

— Meninas podem trabalhar sossegadas, o.k? Deixa que eu cuido dessa garotinha aqui. — Sophia gargalhou alto quando Paul fez cócegas em sua barriga. Demi e Selena foram até uma mesa que ficava próxima ao balcão para Sophia não chorar. 

— Então... — Demetria colocou um caderno em cima da mesa e começou a folheá-lo, Selena observou tudo calada, havia um desenho mais bonito que o outro, as roupas eram maravilhosas! — Ellie me disse que quer um vestido estilo princesa, eu desenhei alguns mas eu ainda não sei se está bom, o que você acha? — Mostrou os desenhos para Selena. 

— São lindos, Demi. — Disse admirando todos aqueles desenhos. 

— Eu estou com dificuldade em desenhar o véu, pensei em algo rendado nas pontas para combinar com a parte rendada do vestido mas eu não sei... estou em dúvida entre renda e cristais. — Fez uma careta e encarou os vestidos. 

— Sobre a renda e os cristais, nós... quer dizer, você pode usar os cristais em uma coroa para prender o véu, e eu acho que a renda na ponta do véu ficaria muito bonito, combinaria muito com a parte rendada do vestido. 

— Selena, estamos trabalhando juntas nisso, o.k? Então não é algo apenas meu, é um trabalho nosso, não precisa ficar com vergonha de expressar sua opinião, de dizer se algo não combina ou que algo está feio. — Demi disse segurando a mão de Selena. Selena a olhou nos olhos e sorriu assentindo, Demi havia lhe passado confiança, ela sentiu-se calma e segura para expressar sua opinião. 

— Obrigada, Demi. — Demi sorriu e soltou a mão de Selena aos poucos. 

— Eu ainda preciso ver se ela aprova algum desses vestidos pra gente poder começar a ir atrás dos tecidos. — Era tanto trabalho para pouco tempo.

— Se você tiver tempo, eu posso ligar pra Ellie e pedir pra ela dar uma passadinha aqui pra olhar os desenhos e aprovar algum deles. Eu conheço uma loja no centro da cidade aonde vende tecidos especialmente para vestidos desse tipo e os tecidos de lá são muito bons, quando eu fui fazer meu vestido de casamento, comprei tudo lá. 

— Você fez seu vestido de noiva? 

— Sim, eu queria algo exclusivo mas não tinha dinheiro pra contratar uma estilista e acabei fazendo sozinha. — Disse orgulhosa de si mesma, havia sido o primeiro desenho que ela tinha feito e ficara lindo. 

— Minhas duas garotas favoritas no mundo reunidas, ai que lindas! — Miley disse animadamente assim que adentrou no restaurante e deu de cara com Demi e Selena, as duas pareciam estar em uma conversa divertida e séria ao mesmo tempo. Demi e Sel riram e encararam Miley. — Dá até vontade de tirar uma foto para eternizar esse lindo momento, sobre o que estavam falando?

— Vestidos. — Demi falou sorrindo e Miley revirou os olhos, para ela aquele assunto era o mais entendiante do mundo.

Joseph adentrou no restaurante a parou assim que viu as três rindo como se fossem melhores amigas à anos, patético! Selena o encarou e ele a encarou de volta, não estava nem um pouco arrependido do que havia dito à ela, estava cansado de todos quererem dizer o que ele devia fazer com sua vida. Joe conseguia sentir o olhar de Demi sobre si mas não a encarou de volta.

— Ele está um porre hoje. — Ele ouviu Miley dizer e apenas ignorou indo até aonde seu pai estava. 

— Papai! — Sophia disse assim que Joseph se aproximou dela, o sorriso no rosto da garotinha era tão encantador. Você não é o pai dela, Joseph. Sua mente lhe lembrou. Ele não queria criar laços com a menina, ele não era pai dela e ela precisava entender isso.

— Eu estou no escritório, só me chame se for algo importante. — Avisou e Sophia gritou chorando assim que ele virou as costas para ela.

— Papai. — Sophia o chamou chorando e se contorcendo nos braços de Paul para ir até Joseph. Demi levantou e pegou sua menina no colo. Aquela cena havia lhe partido o coração,

— Está tudo bem, meu amor. — Demi disse serenamente balando a garotinha em seus braços, Sophia soluçou e deitou a cabeça na curva do pescoço da mãe. — Mamãe está aqui, amor. 

Papai, mamãe. — Sophia disse entre soluços, os olhos de Demi marejaram e ela sentiu seu coração quebrar em pedacinhos, talvez Sophia nunca tivesse uma figura paterna. 

— Me desculpa, Demi. Eu não sei o que deu nesse garoto. — Paul disse cruzando os braços. 

— Está tudo bem, Paul. Joseph não tem obrigação nenhuma com a minha filha. — Pelo tom de voz dava pra saber que ela estava irritada e chateada. Joseph realmente não tinha nenhuma obrigação com Sophia mas ele não podia descontar a raiva que sentia por ela em uma criança inocente. 

Miley adentrou no escritório de Joseph sem bater, ele poderia ter acordado com o pé esquerdo mas isso não lhe dava o direito de agir como um babaca. Ela já havia percebido que ele estava mau humorado desde que estava com ele na reunião mas tratar Sophia daquele jeito já era passar dos limites.

— O que te deu hoje, em Joseph? — Joe arqueou a sobrancelha e cruzou os braços. — Acordar com o pé esquerdo não te dá passe livre pra ser um idiota. 

— Eu não sou pai da filha de Demetria, sua irmã deveria ensinar isso à ela!

— Ela só tem um ano, Joseph, pelo amor de Deus! Você sabe que ela tem um carinho especial por você e até ontem esse carinho era recíproco, qual é o seu problema em?

— Eu só não quero criar esse laço com alguém que não é minha filha, e se você veio aqui me encher a paciência é melhor você sair, estou cansado de todo mundo querer opinar na minha vida.

— Você está parecendo uma adolescente na tpm isso sim. — Miley saiu do escritório e bateu a porta com força, quando ele estava assim era melhor nem conversar. 

— Então?  — Paul perguntou assim que Miley se aproximou, ele estava servindo café para Demi e Selena, enquanto Sophia se sujava com o chocolate que havia ganhado de Selena. 

— Ele ta parecendo aquelas adolescentes tendo uma crise, é melhor deixar ele sozinho. — Revirou os olhos e sentou ao lado de Selena. 

— Ele está assim porque ontem nós brigamos, eu disse algumas coisas e acho que ele não gostou. — Selena disse encarando a xícara com café em sua frente. 

— Vocês brigaram? — Paul e Miley perguntaram juntos, aquilo nunca tinha acontecido antes e por isso eles estavam tão surpresos. 

— Pelo amor de Deus diga que vocês não brigaram por minha causa. — Demi disse fechando os olhos. — Nesse exato momento ele deve estar me odiando ainda mais e deve estar pensando que eu fiz a cabeça da melhor amiga dele. — Agora ela entendia o olhar tenso entre eles assim que Joseph havia chegado. 

— Se você estiver se culpando eu vou te bater, quem está agindo como um babaca é ele, não você. — Miley falou encarando a irmã. 

— Eu só não quero que ele fique pensando coisa errada sobre mim, entende? 

— Quando ele esfriar a cabeça eu vou falar com ele, não precisa se preocupar, Demi. — Paul disse alisando o cabelo de Sophia que estava muito entretida com seu cupcake. — Eu vou voltar ao trabalho, daqui a pouco o horário de almoço começa e isso aqui lota. Qualquer coisa é só me chamar, o.k?

— Eu também vou indo antes que Joseph venha dizer que eu estou fofocando invés de estar trabalhando, do jeito que ele está hoje, dele eu espero qualquer coisa. — Fez um drama básico, Demi e Selena riram e voltaram ao trabalho, ainda tinham muita coisa pra fazer. 


Dois dias depois. 
Domingo, 08:30 da manhã. 


No domingo, Dianna fez questão de acordar todos logo cedo para irem ao culto de manhã, nem mesmo Liam conseguiu escapar! Demi desceu as escadas com Sophia nos braços, ela estava com tanto sono que por muito pouco não fez uma desfeita com a mãe para voltar à dormir. 

— Estão todos prontos? — Dianna perguntou quando todos já estavam reunidos na sala, eles assentiram prontamente e foram até o carro. Quando chegaram à igreja, Demi sentiu um nervoso tomar conta de si, eles adentraram na igreja e Demi sentiu alguns olhares sobre si.  — Ali está. — Dianna disse ao avistar Selena sentada com sua família em um dos bancos da frente.

— Como vocês estão? — Selena perguntou depois de cumprimentar todos, ela estava sentada ao lado de Nicholas e eles estavam de mãos dadas. — Paul disse que já está chegando junto com Joseph. — Demi franziu o cenho, pelo visto ir para igreja já era uma rotina antiga entre eles... ela realmente havia perdido muita coisa. — Fiquei muito feliz em saber que você viria, Demi.  — Selena falou segurando uma das mãos de Demi para lhe passar confiança como Demi havia feito à alguns dias atrás com ela. 

— Obrigada. — Falou baixinho e Selena sorriu ao entender perfeitamente o que aquelas palavras significavam. O doce som do piano ecoou pelo local e as crianças subiram ao altar. Sophia rapidamente identificou Daniel no meio das crianças e apontou para ele sorrindo, o garotinho sorriu de volta e acenou brevemente. 

— Cumprimento à todos com a Paz do Senhor! — O pastor subiu ao altar cumprimentando à todos e os fieis se colocaram de pé para ouvir a palavra de abertura. — João 3:16: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." O amor de Deus é a maior força que existe. Ele é incomparável, ilimitado e pode quebrar qualquer barreira. Esse amor tem o poder de transformar qualquer situação, de mudar até o coração mais endurecido. Sejamos gratos todos os dias e louvemos a Deus pelo Seu sublime amor! — A doce voz das crianças ecoou pela igreja e Demi fechou os olhos sentindo um pouquinho de paz em seu coração. 

— When fear comes knocking there you'll be my guide, when day breeds trouble there you hold my heart. Come storm or battle, God i know your peace will meet me there. You're always there and you hear my prayer.

Joseph adentrou na igreja e sentiu seu coração acelerar. Ele respirou fundo e caminhou com Paul até um dos bancos da frente, dali ele pode ver Demetria e por alguns segundos o folego fugiu do seu peito. Ela estava com a cabeça baixa e com os olhos fechados, ela parecia estar chorando. Sophia o olhou e sorriu lhe dando tchau, ele sorriu e abaixou a cabeça para começar sua oração. 

Quando as crianças terminaram de cantar, o pastor ressurgiu ao altar e todos sentaram-se para ouvir a palavra. Ele colocou a bíblia sobre o púlpito e cumprimentou à todos novamente. — Hoje nós vamos falar sobre a importância do amor e perdão, e como essas duas coisas estão ligadas. Abram suas bíblias em Efésios 4:32 “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.” Irmãos, o perdão é uma das coisas mais libertadoras que alguém pode fazer. A falta de perdão é como uma pedra amarrada na perna de alguém, que a arrasta para o fundo do mar. Se Deus perdoou os nossos pecados e se nós queremos ser parecidos com Deus, que motivos podemos ter para não perdoar alguém? Se nós perdoarmos, receberemos perdão; essa é uma verdade que nos deve motivar. — As palavras de Selena ecoaram em sua mente e Joseph sentiu seu coração se contorcer no peito. — Se realmente compreendemos o que Jesus fez na cruz, o perdão deve fluir no nosso coração. Através do amor geramos o perdão, e só através do perdão podemos alcançar a cura das feridas do passado. Sem amor não há perdão. Amor e perdão são duas palavras que andam lado a lado, e estão envolvidas com a misericórdia. Quem não perdoa tem o coração abafado pelo rancor e ressentimentos, e fechado à ação do Espírito Santo. — Demi sentiu seu coração retorcer no peito e respirou fundo tentando controlar a vontade de chorar. — Lá em 1 Pedro 4:8 diz: "Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados." Amar é difícil, porque exige pensar no outro e não em si. Ensina a dar sem garantias de receber. Defende sempre o perdão, independente de quem estiver certo. Diante dos valores do mundo, isso parece loucura. Frente aos instintos humanos, impossível. Mas Jesus veio a Terra quebrar essa dura realidade e nos ensinou que é possível amar. O amor é a força mais poderosa do mundo. É o elo que liga pessoas umas com as outras e com Deus. O verdadeiro amor não depende de quem recebe amor. A pessoa que ama decide amar porque quer amar. O amor é uma decisão poderosa. — Demi desviou o olhar para Joseph que estava sentado do outro lado do banco, uma lágrima rolou pela bochecha dela seguida de várias outras e ela se deixou desabar! Não queria acreditar que aquilo estava acontecendo com ela, porquê? Quando o olhava, ela conseguia sentir a mesma sensação que sentiu quando o olhou pela primeira vez, a mesma sensação que havia sentido quando sentiu os lábios dele pela primeira vez, a mesma sensação que sentia quando alguém falava o seu nome. Então era isso? Ela ainda sentia algo por ele? — Igreja, nunca se esqueçam que os planos de Deus não são para serem entendidos, apenas vividos. — Quando o pastor terminou a pregação, todos se colocaram de pé para receber a benção apostólica, Demi não conseguiu se levantar pois suas pernas tremiam e ela não conseguia controlar suas lágrimas, aquilo não podia estar acontecendo. Ela ainda o amava? 

Quando o culto terminou oficialmente, a assembléia foi indo embora aos poucos. Joseph e Paul se aproximaram dos amigos e começaram a conversar entre si. O Pastor sorriu ao ver Dianna e foi até lá cumprimentá-los. — Bom dia. — Ele disse sorrindo. Max tinha cinquenta e cinco anos e era muito querido por todos da cidade. Ele cumprimentou todos com um aperto de mão e olhou para Demi. — Vejo que temos dois rostinhos novos por aqui. — Disse olhando para Demi, ele sorriu e a cumprimentou com um aperto de mão.

— Essa é Demetria e Sophia, minha filha e minha netinha.

— É um prazer conhecê-las. — Alisou o cabelo de Sophia e olhou para Demi novamente.

Perdão e recomeço!

— Joseph e Demetria. — O pastor disse os olhando nos olhos.  Nunca se esqueçam que todos nós cometemos erros e todos nós precisamos de um recomeço. Lembrem-se que desprender-se das coisas que ficaram para trás nem sempre é fácil, mas em alguns casos é necessário para que possamos ter uma felicidade plena. Não questione a Deus, Ele sabe o que faz. Ele conhece o amanhã, ainda que pareça loucura o que te aconteça, confie nele. Ele sabe o que faz para o bem de vocês e de todos aqueles que te cercam. — Selena e Miley se entreolharam e sorriram cúmplices, elas sabiam o que aquilo significava e se abraçaram brevemente, estavam certas o tempo todo. 

— Podemos ir? — Liam perguntou ao voltar do banheiro, todos os olhares foram para ele e ele sentiu que estava atrapalhando algo importante. Miley riu baixinho e o abraçou pela cintura.

— Vão com Deus, pessoal. Espero vê-los mais vezes. — Max disse se despedindo deles. Joe estava confuso e intrigado com que o pastor havia dito, porque logo ele e Demetria? O que aquilo significava, afinal? 

— O almoço hoje será no restaurante e será por conta da casa! — Paul disse animado.

Assim que eles saíram da igreja, Daniel avistou uma caixa com vários cachorrinhos e uma plaquinha escrito "adota-se" — Olha mamãe o tanto de cachorrinhos. — Daniel disse animado. O garotinho correu até os cachorrinhos e passou a mãos em um deles. — Olha Soph, os cachorrinhos. — Falou chamando a garotinha, Sophia riu e correu até Daniel, ela sentou ao lado dele e alisou os pelos de um dos cachorrinhos. O cachorrinho lambeu a mão dela e ela riu.

— Sophia você não... — Assim que pegou a menina no colo, Sophia começou a tossir e se contorcer nos braços de Demi. — Mãe! — Demi gritou apavorada ao ver que Sophia estava tendo uma crise de asma em seus braços.

— Aonde está a bombinha dela? — Dianna perguntou procurando pela bombinha, Demi negou com a cabeça e começou a chorar.

— Eu não trouxe. — Disse com a voz embargada, fazia tempo que Sophia não tinha uma crise e por isso não achou necessário andar com a bombinha dela.

— Tira o vestido dela! — Joseph falou com a voz firme. — Liam, pega uma cadeira lá dentro. — Mandou enquanto ajudava Demi a segurar a menina, por mais que ele parecesse calmo por fora, por dentro seu coração estava acelerado e ele estava com medo, pedia à Deus para que nada acontecesse com a garotinha. Assim que Liam voltou rapidamente com uma cadeira, Joseph sentou a menina em uma posição confortável e encostou as costas dela no encosto da cadeira. — Ei querida, está tudo bem. — Disse com a voz serena. Aos poucos Sophia foi respirando melhor, ela começou a chorar e estendeu os braços para Joe. — Ei não precisa chorar, eu estou aqui. — Acalmou a menina e assim que viu que ela já respirava melhor pegou ela no colo. — Eu acho melhor levá-la ao hospital pra ver se está realmente tudo bem. — Demi assentiu e limpou as lágrimas.

— Liam, me empresta seu carro? — Pediu

— Pode deixar que eu te levo. — Ele abriu a porta do carro e Demi entrou com Sophia. — Espere a gente no restaurante, não tem necessidade de ir todo mundo. — Disse tirando as chaves do bolso. Dianna assentiu e suspirou. Joseph adentrou no carro e o ligou.

— Nos dê noticias. — Ele assentiu e deu partida no carro rapidamente. O caminho até o hospital foi silencioso, o silêncio só era quebrado quando Demetria falava algo com Sophia. Eles não demoraram muito para chegar, assim que chegaram Sophia foi rapidamente atendida. Enquanto a pequena fazia alguns exames, Demi ficou sentada em um dos bancos do lado de fora da sala. Joe se aproximou dela com um copo d'água e a entregou.

— Obrigada. — Disse aceitando o copo. — Obrigada por me ajudar e tomar o controle da situação, eu sempre fico desesperada quando isso acontece e nunca sei como agir.

— Está tudo bem. — O silêncio se instalou entre eles novamente e tudo o que Demi podia ouvir era os batimentos do seu coração, era assim sempre que estava perto dele.

— Pais de Sophia Cooper? — O Doutor perguntou ao abrir a porta e se aproximar deles. Demi assentiu e levantou deixando sua bolsa na cadeira. — A filha de vocês está bem, foi apenas uma crise de asma e não deixou nenhuma sequela. Não se esqueçam de andar com a bombinha, elas são muito importantes em casos como esse e evitem o máximo que puderem deixá-la exposta à poeira, cheiros fortes, fumaças e coisas desse tipo. Sophia está na sala e está pronta para ir pra casa. — Sorriu e deu espaço para que eles adentrasse na sala. Demi sorriu quando viu a garotinha sentada na maca e foi até ela.

— Mamãe. — Mostrou o pirulito que estava em sua mão e sorriu. Demi beijou a testa dela e pegou ela no colo.

— Vamos? — Joe perguntou enquanto observava as duas. Seu coração quase parou quando Demi o olhou e sorriu assentido, mesmo depois de anos era possível ela ter aquele efeito sobre ele? Eles caminharam em silêncio até o carro, apenas Sophia falava algumas coisas que só ela entendia e chupava seu pirulito. Assim que eles entraram no carro, Demi fechou os olhos e suspirou aliviada em saber que sua filha estava bem. Joe deu partida no carro e ligou o som para não ficar aquele silêncio chato que lhe incomodava, geralmente ele era uma pessoa comunicativa e divertida, odiava ficar muito tempo em silêncio e Demi sabia disso, só não sabia como começar uma conversa com ele. Rihanna estava tocando na rádio, talvez aquela não tenha sido uma boa ideia.


Not really sure how to feel about it, something in the way you move makes me feel like i can't live without you, it takes me all the way, i want you to stay.


Demi suspirou e encarou a paisagem pela janela, vez ou outra ela conseguia sentir o olhar dele sobre si e aquilo estava lhe sufocando, ficar dentro daquele carro com ele estava sendo uma verdadeira prova de fogo. Sophia havia adormecido ao som da Rihanna então eram apenas eles. 

— Joseph... — O som do toque do celular dele ecoou no carro e ela suspirou frustrada, ele atendeu o celular e colocou no viva-voz para conseguir dirigir em segurança.

Amor, aonde você está? — Ao ouvir aquela voz Demi revirou os olhos e encarou a janela, ela estava brava. — Estou aqui no bistrô te esperando para almoçarmos juntos.

— Eu já estou chegando, vim apenas dar uma carona pra uma pessoa.

— Que pessoa? — Perguntou curiosa.

Não é ninguém importante, querida, eu já estou chegando, o.k? — "Não é ninguém importante" aquilo doeu mais do que deveria e ela nem sabia o porquê, não era ninguém importante pra ele, não mais.

— Você pode me levar pra casa? — Pediu o encarando. — Estou com dor de cabeça e Sophia está dormindo, acho que precisamos descansar. — Ele assentiu e virou à esquina que dava à casa de Dianna. Estacionou o carro e deu a volta para ajudar Demi. — Obrigada. — Disse quando ele a ajudou com a bolsa e a abrir a porta de casa.

— Você vai ficar bem sozinha? — Você se importa? Demi pensou, ela apenas assentiu com a cabeça. — Qualquer coisa é só ligar.

— Tudo bem, obrigada pela ajuda, Joseph! — Disse sorrindo fraco, ele assentiu e saiu fechando a porta atrás de si. Demi subiu com Sophia e colocou a garota na cama, ela foi até a janela do quarto e o observou enquanto ele ia embora, era isso, sentia algo por ele.

— Minha principal missão na vida é te fazer feliz, Demi. 

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boa tardeeee meninas, tudo bem com vocês?
comigo está tudo ótimo e eu estou muito feliz por voltar com mais um capítulo.
apesar do bloqueio ferrado que eu estou, consegui escrever esse capítulo e espero que gostem. 
demi finalmente percebeu que ainda sente algo pelo joe e vai ser através disso que as coisas vão finalmente começar acontecer... tô ansiosa jshdjs
enfim, espero que gostem <3
respostas no próximo, o.k? | volto assim que puder, bjs. 


como me senti depois que terminei o capítulo.

25/03/2017

Capítulo 21. Feelings



Joseph caminhou até a enorme janela que ficava em seu escritório e observou a cidade dali. O sol estava se pondo e o céu estava num tom alaranjado. Ele suspirou e fechou os olhos sentindo a brisa leve bater em seu rosto. A porta foi aberta e Selena o olhou meio indecisa sem saber se entrava ou o deixava sozinho com seus pensamentos. — Pode entrar, Sel. — Ele virou-se e sorriu amigavelmente, Selena caminhou até ele e contemplou aquela bela vista.

— Demetria me pediu desculpas hoje. — Selena disse sem olhá-lo. Demetria pedindo desculpa? Aquilo era algo inusitado! — Nós conversamos e ela me pareceu muito sincera com tudo o que disse, admitiu o erro dela e chorou nos meus ombros, eu juro que não esperava por isso mas ela conseguiu me surpreender! Eu acho que tudo o que está acontecendo com ela, está transformando-a em uma mulher melhor, é como se ela fosse uma nova Demetria. 
— Então agora vocês são amigas? — Perguntou encarando as crianças que brincavam na praça. Estava um fim de tarde quente e animado.

— Não diria amigas mas acho que vamos ter uma boa relação. Eu nunca fui de guardar rancor e você sabe disso, não quero ficar presa em algo do passado, ela errou, reconheceu o erro e se arrependeu, pra mim isso é tudo o que importa. — Deu os ombros e sorriu ao ver Nicholas e Daniel brincando na praça. — Posso te fazer uma pergunta? — Joe virou-se para olhá-la melhor e assentiu. Por algum motivo seu coração acelerou no peito e ele soube que Selena ia perguntar sobre ela. — Se Demi aparecesse aqui nesse exato momento pedindo desculpa, você a perdoaria? — Joe encarou a amiga por um momento sem saber o que dizer. 

— Eu... eu... não sei! — Suspirou e se afastou da janela. —  Eu queria ter um coração tão bom quanto o seu, mas eu não consigo... é uma mistura de sentimentos que eu não consigo definir, eu queria deixar pra lá, seguir com a minha vida mas às vezes eu anseio ver ela sofrer como eu sofri. Eu sei que isso é errado mas eu não consigo evitar... toda vez que eu olho pra ela, aquela noite vem à tona, sabe? E o ódio cresce cada vez mais dentro de mim, eu só... não consigo evitar. 

— Joe, quando amamos uma pessoa de verdade, os antigos amores ficam no passado e tudo o que você deseja é que eles sejam felizes, assim como você. E olhando pra você agora, eu vejo que isso não está acontecendo, você está com Elisa mas anseia que Demetria sofra, anseia que ela pague por todo sofrimento que lhe causou. Você provavelmente vai ficar bravo com o que eu vou dizer agora mas eu acho que você deveria rever seu relacionamento com Elisa. Vocês não estão indo à lugar nenhum com essa relação, você supostamente deveria se tornar uma pessoa melhor mas não é isso o que está acontecendo aqui. Parece que a coisa entre vocês é apenas... sexo!

— Eu entendo o que você quer dizer mas você acha que se eu terminar com Elisa, eu vou perdoar Demetria e nós vamos voltar e vamos ser uma família feliz? — Perguntou sarcástico e riu. — Eu a amei com todas as minhas forças, Selena. Eu era capaz de mover céus e montanhas por ela mas ela estragou tudo! Nós tivemos algo lindo mas acabou, acabou e não tem como recuperar o que nós perdemos, não tem como colocar um band-aid num buraco de bala! Com Elisa pode até ser apenas sexo mas eu estou muito bem assim, não estou procurando um relacionamento sério. Demetria pode até ter mudado mas pra mim ela sempre vai ser aquela garotinha mimada que acha que todos tem que beijar o chão que ela pisa. Você viu a maneira que ela falou comigo? O sorriso irônico nos lábios? Eu sei que ela fez aquilo apenas para provocar Elisa.

— Elisa também estava provocando ela. A maneira que ela te abraçava, beijava sua bochecha e entrelaçava suas mãos, ela estava quase gritando "Agora ele é meu, Demetria!" — Joe olhou para Selena como se aquilo fosse o maior absurdo que ele já tinha ouvido.

— Não faz nem duas horas que você e Demetria estão se falando e você está defendendo ela como se vocês fossem melhores amigas. Você esqueceu do que ela fez com você? Eu pensei que você e Elisa fossem amigas.

— Eu não estou agindo como se fossemos melhores amigas, eu só estou tentando abrir seus olhos! Eu só acho que a vida é curta demais pra você ficar desperdiçando ao lado de pessoas que você não ama.

— Pelo visto Demetria continua a mesma manipuladora de sempre. Eu até entendo Miley passar pro lado dela, afinal as duas são irmãs mas você? Eu pensei que você ficaria ao meu lado!

— Eu não escolhi um lado, Joseph. Isso aqui não é um jogo! Eu só quero o melhor pra você, talvez você devesse tentar se libertar dessa raiva toda que você está sentindo, às vezes parece que você...

— Que o quê? Que eu gosto dela?! — Joe riu e negou com a cabeça, quem era aquela Selena e o que fizeram com sua amiga? — Você só pode estar ficando louca, Selena. Eu não sinto nada por ela, nada! — Joe olhou para Selena tentando ignorar o nó que havia se formado em sua garganta, aquelas palavras pareciam tão erradas... 

— Tudo bem, Joseph. Você é adulto e sabe muito bem se cuidar sozinho, eu estou indo embora. — Selena pegou sua bolsa e saiu da sala sem olhar para trás, ela estava chateada com as coisas que Joe havia lhe dito, aquela era a primeira briga deles mas ela não estava arrependida do que havia dito, algo em seu coração lhe dizia que Joseph precisava daquele choque de realidade. 


Casa da Dianna
05:30 da tarde. 


Demetria sentiu um pequeno peso pular em suas costas e abriu os olhos lentamente. Ela piscou algumas vezes e virou-se com um pouco de dificuldade. Demi sorriu quando Sophia sentou-se em cima da sua barriga e olhou para ela como se estivesse lhe admirando, os olhinhos da garotinha estavam inchados e os cabelos bagunçados. Assim como Demi, Sophia adormeceu assim que chegaram do restaurante, as duas dormiram abraçadinhas e aquela foi uma das melhores sensações que Demi já havia sentido. 

— Boa tarde, dorminhoca. — Demi disse sorridente quando Sophia se aninhou em seu braços, ela era tão manhosa quando acordava. — Você está com fome, meu amor? — Perguntou levantando-se da cama, Sophia estendeu os braços e Demi a pegou no colo, calçou suas sandálias e desceu até a cozinha para preparar algo pra pequena comer. — Você promete que vai ficar quietinha enquanto a mamãe prepara algo pra você comer? — Sophia sorriu sapeca e negou com a cabeça enquanto Demi a colocava sentada na cadeirinha. — Você é uma bebê muito sapeca, sabia? — Demi se aproximou da filha e a encheu de beijos no pescoço, céus, como ela amava aquela garotinha! Demi cortou algumas frutas em cubo enquanto brincava com Sophia, ela sentou numa cadeira de frente para filha e começou a colocar pequenos cubos na boca da garotinha. 

— Boa tarde, meninas. — Dianna disse adentrando na cozinha, ela depositou um beijo na testa de Sophia e de Demetria e colocou algumas sacolas em cima da mesa. 

— Aonde a senhora estava? — Demi perguntou curiosa. 

— Eu fui à igreja, eu sou uma das voluntárias de lá e ajudamos as pessoas fazendo doações e depois eu fui ao supermercado. Você deveria ir ao culto comigo no domingo de manhã, tenho certeza que você vai gostar. — Disse enquanto tirava as compras de dentro das sacolas para poder guardá-las na dispensa. 

— Tudo bem, nós podemos ir. — Demi sorriu, ela podia contar nos dedos todas as vezes que pisara seu pé em uma igreja. As poucas vezes que ela havia ido fora com os pais de Bradley, ela havia se sentido desconfortável e em paz ao mesmo tempo, nunca sabia o que fazer ou como agir dentro de uma igreja. — Mãe, a senhora conhece algum corretor confiável por aqui? — Perguntou com um sorriso sapeca nos lábios, Dianna arqueou a sobrancelha e cruzou os braços. 

— Eu conheço um, ele ajudou Joseph à comprar a casa dele e é um ótimo corretor, posso saber o por quê? 

— Estou pensando em comprar uma casa por aqui. — Demi riu quando Dianna a abraçou fortemente. Ela abraçou a mãe pela cintura e sorriu ao receber todo aquele carinho. 

— Ah minha filha, isso é ótimo! — Os olhos dela brilhavam, ela estava segurando as lágrimas que queriam sair. — Você sabe que eu não me importo se você quiser ficar aqui, não é? 

— Eu sei que não, mãe, mas eu preciso buscar minha independência, sabe? Eu preciso aprender à cuidar da minha filha sozinha e ter uma casa pra mim e pra ela, entende? Nós duas precisamos ter um lar. Eu também não sei quando vou voltar pra Nova York, preciso me instabilizar.

— Eu pensei que comprando uma casa aqui, você iria morar aqui definitivamente. — Dianna disse tentando não deixar transparecer a tristeza em sua voz, doía muito nela não ter Demi perto de si todos os dias, ela tinha muito medo que Demetria voltasse a se afastar. 

— Mãe, eu não posso ficar, lá tudo é mais fácil pra mim, eu não posso abandonar tudo o que eu construí com tanto esforço. Eu não vou mais sumir e nem ficar tanto tempo sem aparecer, e isso está soando como uma despedida, eu ainda não sei quando vou voltar. — Elas riram e Dianna limpou as lágrimas.

— Tudo bem, vamos aproveitar enquanto esse dia não chega, certo? — Demi assentiu e beijou a bochecha da mãe. — Eu fiquei muito feliz em saber que você finalmente se entendeu com Selena. Na verdade, eu nunca soube exatamente o que aconteceu com vocês duas. — Dianna comentou enquanto elas iam até a sala. 

— Quando eu estava com Joseph, eu tinha ciúmes dela... eles eram amigos e Joseph sempre teve um carinho especial por ela, eu pensava que ele estava me traindo e essas bobagens de adolescente insegura. — Demi disse ligando a televisão em um canal de desenho, Sophia sentou-se no sofá e Demi entregou alguns brinquedos para ela. — Eu finalmente percebi que... Selena não é quem eu pensava que ela fosse, na minha cabeça ela era quase um monstro e eu finalmente vi que eu estava errada, acho que ela é uma boa pessoa, eu não quero ter raiva ou mágoa de ninguém, isso não faz bem.

— Selena é uma pessoa muito amiga e prestativa, vocês vão ser grandes amigas, eu sei que vão. — Demi sorriu e encarou um ponto qualquer da sala.

— Eu convidei ela pra trabalhar comigo no vestido de casamento da Ellie, era uma forma de pedir desculpas. Nós vamos nos encontrar amanhã para conversar. 

— Eu estou orgulhosa de você, bebê. Você não vai se arrepender, Selena é uma ótima com o que faz, essa vai ser uma oportunidade perfeita pra ela mostrar o talento dela. — Demi sorriu pensativa. 


***


Miley se despediu dos seus sogros com um abraço e um beijo e sorriu. Ela e Liam haviam ido até o centro da cidade encontrar com os pais dele para tomar café da tarde. Eles eram ótimas pessoas e Miley gostava muito deles, eles a tratavam como uma terceira filha e isso de certa forma ajudava muito na relação deles, ter o apoio dos pais era algo muito importante. 

— Então quer dizer que você e sua irmã finalmente se entenderam? — Liam perguntou abrindo a porta da caminhonete para ela. Ele deu a volta no carro e entrou no lado do motorista dando partida logo em seguida.

— Sim, nós finalmente nos entendemos. — Pelo sorriso dela dava pra ver que ela estava muito feliz. — Eu percebi que nossa irmandade é mais importante que qualquer problema do passado. 

— Mas o que aconteceu exatamente entre vocês? — Perguntou a olhando assim que eles pararam no sinal vermelho. Miley sempre evitara tocar no assunto "Demetria" e por esse motivo ele nunca soube exatamente o que aconteceu entre elas. 

— Você sabe que Demetria e Joseph namoraram por quatro anos, não sabe? — Liam assentiu voltando sua atenção para estrada. — E nesse tempo que eles namoraram eu namorei com Josh, você lembra dele? Ele estava na festa de aniversário da mamãe. — Liam assentiu com uma careta e Miley riu dando um leve tapa no braço dele. — Antes de ir embora para Nova York, Demetria e Josh tiveram um caso, um caso de uma noite mas ainda um caso, eu e Joe flagramos eles transando. — Liam arregalou os olhos e por pouco não perdeu o controle do carro. 

— Você flagrou sua irmã transando com seu namorado? — Miley assentiu, por incrível que pareça, lembrar daquilo não lhe machucava mais. — Então é por isso que você tinha toda aquela sisma assim que ela chegou? Não me querer perto dela e tal?

— Eu sei que foi infantil da minha parte mas eu fiquei com medo, eu não confiava nela e... tinha raiva dela. 

— Isso explica muita coisa. Toda a sua desconfiança no início do nosso namoro, o tempo que eu levei pra fazer você acreditar no meu amor... deve ter sido muito difícil pra você. 

— Eu tinha muito medo, sabe? Eu tinha catorze anos quando tudo aconteceu, Josh era meu primeiro amor e eu nem sabia direito o que era sexo! — Fez uma careta e Liam gargalhou. — Quando eu vi os dois eu fiquei arrasada, ela era minha irmã, a pessoa que eu mais confiava no mundo. Mas hoje eu entendo tudo, sabe? Nós conversamos e... naquela época, estávamos enfrentando muitos problemas, Demi estava se envolvendo com drogas, e no dia que isso aconteceu, ela tinha brigado com Joe e tinha bebido e se drogado. Algo me diz que tem dedo de alguém no meio de tudo isso e sempre que eu penso alguém vem Elisa em minha mente. 

— Ué, mas ela e Demetria se odeiam. 

— Antes desse ódio todo, elas eram melhores amigas, eram como carne e unha, viviam grudadas, Demi confiava nela de olhos fechados. Meu palpite é que Elisa tinha inveja de Demi e tramou tudo aquilo pra conseguir ficar Joe. 

— Mas não faz muito tempo que ela está com Joe. — Perguntou sem entender, aquilo era muito confuso pra ele. 

— Aí que você se engana, meu amor. Ela e Joe ficaram juntos por um mês depois que Demi foi embora, eles terminaram porque ela teve que ir pro Texas fazer faculdade mas quando ela voltou, a primeira coisa que ela fez foi ir atrás dele, na época ele estava namorando com Camila, lembra? Fazia três anos e eu pensei que eles iam casar, mas por algum motivo, Camila terminou com Joe e foi embora trabalhar em Los Angeles, eu não sei porque mas algo me diz que isso também tem o dedo de Elisa. 

— Amor, você não acha que está exagerando? Talvez sua irmã tenha bebido demais, ficou loucona, transou com seu namorado e foi apenas isso. Coisa do momento. 

— Não foi apenas isso, Liam. Eu conheço a minha irmã, Demi tinha brigado com Joseph e sempre que isso acontecia ela gostava de conversar com alguém, de ficar quietinha num canto, ela não era de sair pra beber e se drogar, isso só acontecia quando alguém influenciava ela. 

— Você acha que foi Elisa que influenciou sua irmã? — Miley assentiu como se fosse óbvio, Liam estacionou o carro em frente à casa de Dianna e riu. — Você não é muito fã da Elisa, né?

— Liam aquela mulher é uma cobra, ninguém acredita em mim mas um dia a máscara dela vai cair e todos vão ver que eu tenho razão. 

— Eu acredito em você, o.k? — Miley sorriu e se desfez do cinto para poder dar um selinho no namorado. — Você tem seus motivos e se diz que Elisa não é gente boa, eu acredito. 

— Eu te amo, sabia? — Liam assentiu e colou seus lábios novamente em um beijo calmo e apaixonado. Dois dias longe dela parecia uma eternidade. — Dorme aqui? — Pediu depois de separar o beijo com selinhos. Liam assentiu e eles desceram do carro, entrelaçaram suas mãos e adentraram em casa.


***


Sophia estava sentada na banheira e brincava com seu patinho. Depois de várias brincadeiras e risadas, Demi tirou a garotinha da banheira, a água já estava esfriando e não faria bem pra ela ficar muito tempo ali. 

— Mamãe. — Sophia levantou o patinho e mostrou para sua mãe.

— É o patinho, meu amor.

— "Tinho" mamãe. — Disse sorrindo tentando falar "patinho" Demi riu e deu um beijinho na ponta do nariz dela. Colocou a garotinha deitada na cama e a vestiu com um pijama fofo que ela havia ganhado em seu aniversário. Demi foi ao banheiro para pendurar a toalha, quando voltou para o quarto, Sophia estava pulando em cima da cama e gargalhava alto sempre que caía de bunda no colchão.

— Você vai ajudar a mamãe arrumar o closet? — Demi perguntou pegando a garotinha no colo. Ela tinha que dar um jeito para que todas aquelas roupas coubessem no closet até que ela se mudasse para sua própria casa. Demi foi até o seu antigo closet e fez uma careta, ela teria muito trabalho pra arrumar aquilo.

— Demi? — Miley a chamou adentrando no quarto.

— No closet! — Demi gritou e Miley foi até lá. Demi estava abrindo algumas caixas e Sophia estava sentada no tapete brincando com o teclado que havia ganhado da tia.

— O que você está fazendo? 

— Estou arrumando essa bagunça. Não quero que essas coisas fiquem jogadas até eu encontrar uma casa. — Falou enquanto abria algumas caixas.

— Você não vai descer pra jantar? Mamãe já colocou a mesa.

— Eu não estou com fome, acho que vou arrumar as coisas aqui primeiro e depo
is eu desço, o.k? — Miley assentiu dando os ombros e olhou para Sophia.

— Vou levar Sophia pra você poder arrumar as coisas sossegada, o.k? — Demi assentiu e agradeceu, assim que Miley saiu do quarto, Demi puxou um moletom antigo de uma das prateleiras do closet e uma caixa veio junto com a blusa, ela sabia bem o que tinha dentro daquela caixa. Ela olhou para as coisas espalhadas no chão e suspirou, sentou-se no chão e começou olhar para todas aquelas lembranças. Ela pegou uma das fotos e sorriu. Na foto, Joseph estava de costas e ela o abraçava pela cintura e tinha um enorme sorriso nos lábios enquanto olhava para ele. Ela sorriu e encarou a foto por alguns segundos. Lembrava-se perfeitamente daquele dia! Demi suspirou e encarou o papel caído em cima das demais coisas, por algum motivo seu coração acelerou e o ar parecia ter fugido dos seus pulmões por alguns segundos. Ela alcançou a carta e começou a ler:



Eu me lembro perfeitamente do dia em que nos conhecemos. O seu sorriso iluminou meu dia,
fez meu coração bater mais forte e todos os meus problemas desapareceram naquele
segundo em que colocamos os olhos um no outro.
Algumas garotas já passaram pela minha vida mas nenhuma me fez sentir como você faz.
Você é a única que sabe colocar um sorriso no meu rosto quando eu estou pra baixo, você é
a única que me faz bem mesmo estando à quilômetros e quilômetros de distância. Você é a única, Demi. Eu só quero que saiba que eu te amo muito, muito mais do que você imagina. Não importa quanto o tempo passe, sempre será você. Meu pensamento sempre está em você
e sempre encontraremos o caminho de volta para o outro.
Eu e você, você e eu. É assim que deve ser.
Eu te amo, Demetria.
— Joseph Jonas. 



As lágrimas desciam sem controle nenhum! O que ela tinha feito? Havia estragado sua felicidade à troco de uma vingança estúpida! A ideia de Joseph nunca lhe perdoar invadiu seu coração e ela se apavorou ainda mais. Será que ela conseguiria viver ali sabendo que a pessoa que ela mais amou um dia lhe odiava? Joseph havia lhe dado todo seu amor, e tudo o que ela havia feito fora pisar em cima e humilhá-lo na frente de várias pessoas. Joseph estava ao lado dela mesmo quando ela não merecia, lhe ajudara e estendera a mão à ela mesmo quando ela o chutava sem nenhum motivo. 


Flashback on


— Eu te odeio, Joseph! Eu te odeio com todas as minhas forças. — Demi disse descontrolada socando o peito dele. Ela estava tão irritada, o sorriso cínico dele só piorava sua situação. — Seu desgraçado! Você está me traindo, é esse o motivo? Você arrumou outra? 

— Demetria, para! — Joe disse segurando os braços dela com suas mãos, aos poucos Demi foi cedendo e chorou no peito dele. Ela havia perdido o pai há menos de uma semana e desde então estava agindo descontroladamente. — Para de ficar pensando em coisas que não existe, você é a única pra mim, não existe outra. Você está machucada e perdida, você perdeu seu pai e está frágil. — Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e limpou as lágrimas. — Eu te amo, o.k? — Disse a olhando nos olhos. Ele colou seus lábios aos dela e um beijo carinhoso foi selado, aquilo foi o suficiente para acalmar seu coração. 

— Eu perdi meu pai e não quero te perder, eu pensei que... que tinha algo de errado, você não queria fazer amor comigo e... eu não posso te perder, Joe. Você é tudo o que eu tenho agora, 

— Você não vai me perder, Demi. Eu te amo e não pretendo sair da sua vida tão cedo, nós nascemos para ficarmos juntos. Ninguém é melhor para mim do que você. — Aquelas palavras aqueceram seu coração, ela o abraçou pela cintura e se sentiu protegida nos braços dele. Os braços dele era o melhor lugar para estar no mundo, ele era seu e seria assim até o fim das suas vidas. 


Flashback off


Demi limpou as lágrimas e começou a juntar todas as lembranças, guardou tudo dentro da caixa e suspirou. Perdão... ela sabia o que tinha que fazer mas o medo tomava conta dela, o medo de ser rejeitada falava mais alto, o medo da reação dele lhe impedia de tomar uma iniciativa. Aquele pensamento fez Demi sentir-se cansada. O que havia acontecido com eles? ela levantou, guardou aquela caixa num lugar longe aonde ela se esqueceria e deitou na cama, a cabeça no travesseiro fez ela sentir-se bem, o edredom lhe aquecia perfeitamente. Ela fechou os olhos e rapidamente adormeceu. 


Casa da Selena
10:00 da noite. 



Nicholas observou sua mulher entrar no quarto e fechar a porta, ela tinha uma expressão cansada no rosto e Nick sabia o motivo! Ele sorriu para ela e estendeu a mão, Selena segurou a mão do marido e deitou nos braços dele, Nick lhe trazia uma confiança e segurança que ela só sentia nos braços dele. 

— Você me parece triste com algo. — Nick disse acariciando os cabelos dela. Selena fechou os olhos e afundou o rosto no peito do marido. 

— Eu e Joseph discutimos... — Nicholas olhou surpresa para ela, era a primeira vez que aquilo acontecia. — Ele parece não ter aceitado bem o fato de que eu perdoei Demetria, disse que eu havia escolhido um lado mas eu não vejo dessa maneira, você sabe como eu sou. Nunca guardei rancor de ninguém e quero dar uma oportunidade e ver a mudança em Demi. Ela me convidou para ajudá-la no vestido de casamento da Ellie.

— Isso foi legal da parte dela... — Eles sorriram e trocaram um selinho. — Joe só está confuso com tudo o que está acontecendo, ele estava levando a vida dele numa boa até Demetria aparecer e virar tudo de cabeça pra baixo, ele precisa se acostumar com essas mudanças sabe? Ele criou uma imagem da Demi em sua cabeça depois que ela o traiu, Joe só precisa destruir essa imagem e ver as coisas como realmente são. Vocês são melhores amigos e tenho certeza que essa discussão não vai mudar em nada a amizade de vocês. 

— Você acredita que Demetria realmente mudou? — Selena perguntou levantando a cabeça para olhá-lo melhor. As palavras de Joseph ainda ecoavam e sua mente lhe deixando em dúvida.

— Eu não tenho como saber, ela parece ter mudado, as ações dela condiz com isso. Pedir perdão pra você foi um dos indícios de que ela realmente mudou. Todo mundo merece uma segunda chance e você está dando uma segunda chance à ela, só basta ver se ela vai aproveitar. 

— Eu estou animada para ajudá-la com o vestido. Eu sinto falta da minha loja. 

— Nós vamos dar um jeito nisso, o.k? Eu prometo pra você, só tenha paciência, tudo tem o momento certo, e no momento certo nós voltaremos com sua loja e vai ser ainda mais incrível do que antes. 

— Obrigada amor, eu te amo. — Disse próxima aos lábios dele. Nick sorriu e a beijou carinhosamente. Eles separaram o beijo com selinho e sorriram ao se encarar. Selena lembrou-se de tudo o que tinha passado para chegar aonde estava hoje, o tanto de pessoas que ela havia perdido e o quão abençoada ela era hoje. Sentiu as lágrimas descerem pelos seus olhos e sorriu fraco quando Nicholas a beijou na testa. — Obrigada por ter me dado uma linda família, obrigada por me amar e por não desistir de mim. 

— Meu amor, você não precisa agradecer, te amar é a melhor coisa que eu já fiz na minha vida, se tem alguém que deve agradecer aqui, esse alguém sou eu, eu tenho muito orgulho em te ter como companheira. — Eles sorriram e se abraçaram. — Você é a mulher mais linda desse mundo. — Disse no ouvido dela. A porta do quarto se abriu e Daniel coçou os olhinhos segurando seu boneco do homem-aranha.

— Papai, acho que tem um monstro em baixo da minha cama, posso dormir aqui? — Selena sorriu e chamou o filho, o garotinho caminhou até a cama, passou por cima do pai e deitou entre eles. Selena alisou os cabelos loiros do menino e sorriu para o marido. Ela tinha uma família perfeita, tinha muito pelo o que agradecer.

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boa noite, meninas. tudo bem com vocês?
comigo está muito bem, e estou feliz por postar mais um capítulo pra vocês. 
eu realmente não sei o que dizer sobre esse capítulo... espero que gostem <3
respostas aqui.
me digam nos comentários o que acharam, o.k?
volto assim que o próximo estiver pronto.
bjs* 


melhor sério ever. 

19/03/2017

Capítulo 20. First Changes

revisei por cima, ignorem qualquer erro. boa leitura, xoxo.


— Diz alguma coisa, pelo amor de Deus! — Demi pediu implorando. Miley estava com a boca aberta e o queixo caído, as duas ainda estavam dentro do carro e Miley não sabia o que dizer, as palavras simplesmente não saíam da sua boca, ela estava chocada!

Flashback on


Faziam horas e horas que Demetria não sentava para descansar. Era uma sexta-feira e a lanchonete em que ela estava trabalhando estava lotada! Nos finais de semana sempre trabalhava redobrado já que a lanchonete lotava e ela precisava manter todos os clientes satisfeitos. Demi serviu uma porção de batata frita para dois clientes e sentiu sua cabeça dar voltas e mais voltas! Ela respirava fundo tentando fazer a tontura que estava sentindo passar mas era em vão, ela conseguia sentir o suor descer pela sua testa.

— Demi, você está bem? — Uma colega de trabalho perguntou segurando uma bandeja com hambúrgueres nas mãos. — Demi olhou para aqueles hambúrgueres gordurosos e sentiu seu estômago virar. Ela respirou fundo novamente e assentiu, caminhou até a cozinha para pegar o próximo pedido mas assim que abriu a porta sentiu suas pernas fraquejarem e a visão ficar escura, tudo o que ela sentiu foi a pancada da cabeça no chão.

Demi abriu os olhos lentamente e piscou algumas vezes até focalizar a agulha enfiada em seu braço, ela sentiu sua cabeça doer e respirou fundo, uma enfermeira adentrou no quarto que ela estava e sorriu ao vê-la acordada.

— Bom dia, Demetria. — Dia? Demi franziu o cenho e olhou para o lado de fora através das persianas dava pra ver que era um novo dia de sol e calor. — Como passou a noite? — Perguntou enquanto tirava o soro do braço dela.

— Bem...

— Você tem trabalhado muito duro ultimamente e isso deve ser evitado, o.k? Ainda mais para uma pessoa nas suas condições.

— Condições? — O que diabos aquela enfermeira estava falando? 

— Você está grávida, Demetria, e se você continuar nessa rotina louca de trabalho vai acabar fazendo mau à saúde do bebê. — Tudo o que ecoava na mente de Demi eram as palavras "grávida" e "bebê". — Eu vou passar uns analgésicos para sua cabeça e em seguida você receberá alta, a partir de hoje você tem que diminuir sua carga horária de trabalho.

— Grávida? Bebê? — Demi riu e balançou a cabeça. — Só deve ser algum engano, eu não posso estar grávida, deve ter sido um erro no exame, ou você pode ter trocado os meus exames com os de outra pessoa, eu já ouvi falar que enfermeiros trabalham muito... 

— Não houve nenhum erro nos exames, Demetria. Você está grávida de dois meses, fizemos um exame de sangue e um ultrassom. — A enfermeira disse pegando o ultrassom de Demi, ela apontou com o dedo e Demi viu algo bem pequenino em seu ventre. — Ele ainda está se formando por isso é tão pequeno, mas ele vai se desenvolver e conforme os meses você poderá vê-lo melhor. Parabéns mamãe! — Não, aquilo estava errado, muito errado! A última pessoa com quem ela havia transado foi Josh, aquele filho era dele? Céus, estava fodida! 


Flashback off



— Eu não sei o que dizer, é informação demais até pra mim. — Miley disse ainda com os olhos azuis arregalados. Demi fechou os olhos e respirou fundo tentando não surtar ali, sempre que tocava ou lembrava daquele assunto ela sentia como se fosse ter um ataque de nervos à qualquer momento. — Como... como que isso aconteceu?

— Quando eu saí do hospital com a notícia de que estava grávida eu quase pirei, eu estava sozinha, com medo e esperando um filho, um filho que eu nem sabia quem era o pai. Naquela noite em que eu transei com Josh, eu também havia transado com Joseph... eu pensei em abortar, cheguei em casa e pesquisei por algumas clínicas que faziam o procedimento mas ai olhei meu ultrassom, vi aquela coisa tão pequena... no ultrassom dizia que eu estava de dois meses, e pelas minhas contas não faziam dois meses desde a noite em que eu tinha dormido com Josh, então era noventa por cento de chance daquele filho ser de Joseph e foi à isso que eu me apeguei, parece patético mas eu tenho certeza que aquela criança era de Joseph. 

— E o que aconteceu com a criança? — Miley perguntou ainda chocada com aquela história toda.


Flashback on


Depois de uma semana, a ideia de ter um bebê já lhe agradava um pouco... ter um pedacinho de Joseph dentro dela era algo incrível e ela se lembraria dele pelo resto da vida, aquele bebê era fruto do seu amor com o cara que ela mais amava no mundo e Demi não poderia estar mais feliz, mesmo que Joseph não estivesse ao lado dela para compartilhar aquele momento com ela. Demi estava andando pelo corredor da faculdade distraída, ela segurava vários livros nas mãos e havia pegado um livro sobre maternidade, tinha uns textos interessantes e ela estava encantada com tudo. Demi estava tão distraída com o livro que nem percebeu o enorme lance de escada e acabou rolando escada à baixo. Antes de apagar tudo o que ela ouvir foi alguém gritar "Chamem uma ambulância, ela está sangrando!" 


Flashback off


— Eu rolei as escadas da faculdade e acordei com a notícia que havia perdido meu bebê. Eu havia demorado dias para me acostumar com a ideia de ter um filho, e quando finalmente havia me acostumado, eu o perdi. Eu estava animada, e já havia comprado uma blusinha dos lakers para ele. — Riu lembrando-se que aquele era o time favorito de Joseph. Ela sentiu as lágrimas descerem pelas suas bochechas e respirou fundo. Miley suspirou também emocionada e afagou os cabelos da irmã. — Eu já imaginava um menininho com os olhos esverdeados e cabelos pretos correndo pela casa, eu imaginava um mini Joe mas não fui cuidadosa o suficiente para cuidar e protegê-lo, eu matei meu filho, Miley. 

— Nunca, nunca mais repita isso! Foi algo que aconteceu e você não teve como evitar na hora, eu sinto muito por você ter passado por isso tudo sozinha, deve ter sido tão difícil e eu estou me sentindo uma vadia sem coração por não ter estado ao seu lado quando você mais precisava. Seu bebê agora é um anjinho no céu. 

— Eu me sinto horrível em lembrar em como eu rejeitei Sophia durante meses e meses. Quando tudo aconteceu, eu jurei que não teria outro filho e quando descobri que estava grávida novamente tudo voltou! O medo, a angústia e principalmente Joseph! O desgraçado estava lá me atormentando e me fazendo lembrar das coisas que eu mais queria esquecer, foi tão difícil... 

— Você é tão forte, Demi. — Miley sorriu, limpou as lágrimas da irmã e beijou-lhe a bochecha, abraçando-a fortemente em seguida. — Olha só o tanto de coisa que você já passou e veja aonde você está hoje, à cada dia que passa você está se tornando uma mulher melhor e mais forte, eu te amo muito, muito... você não está mais sozinha, agora você tem à mim, e eu vou estar ao seu lado pra tudo o que você precisar. 

— Obrigada, eu não sei o que faria sem você! — Disse sorrindo, aquele apoio vindo de alguém que ela tanto amava era a melhor coisa que poderia receber.

— Demi, você vai contar isso pro Joe, né? — Miley falou depois de um tempo em silêncio. Demi ergueu a cabeça para encarar a irmã, aquilo nunca havia passado pela sua cabeça.

— Eu não vou contar. 

— Demi, ele era o pai da criança! Joseph tem todo o direito de saber que teve um filho. Você não pode esconder isso dele.

— Eu não vou contar, Miley. — Falou decidida. — Eu já levo o peso da culpa nos meus ombros e não preciso de ninguém pra apontar o dedo pra mim. Eu sei que ele julga por tudo o que aconteceu entre nós e ele tem toda razão, eu fui culpada! Mas ele não pode me culpar por algo que eu não tive controle, algo que eu não pude evitar. 

— Joseph não te julgaria, ele não pode fazer isso. Não foi sua culpa, nem você deveria se culpar.

— Joe usaria qualquer coisa pra me culpar, Miley. Eu posso estar errada mas não estou pronta pra dizer isso à ele, você me promete que não vai contar isso pra ninguém? Eu só te contei porque eu precisa compartilhar esse peso com alguém, e você é a minha melhor amiga no momento.

— Eu prometo que não vou contar nada. 


Dia seguinte.
Nashville, casa do Joseph. 
09:30 da manhã.


Joseph saiu do banheiro vestindo apenas uma calça jeans. Elisa olhou para ele e sorriu, a beleza dele parecia triplicar na parte da manhã. Joe se aproximou dela, se inclinou e beijou-lhe os lábios brevemente. — Bom dia! — Disse sorridente.

— Bom dia, amor. — Elisa levantou da cama vestindo apenas uma lingerie roxa. Joe mordeu o lábio inferior e sorriu de lado. — Você vai trabalhar que horas? — Perguntou se aproximando dele e passando uma das mãos pelo peito nu de Joseph, aquele homem era uma verdadeira tentação.

— Temos tempo o suficiente. — Joseph falou beijando-a no pescoço, Elisa fechou os olhos e o abraçou pela nuca, sentindo todo seu corpo responder aos toques dele. Joseph sabia como fazer! O som da campainha vindo do andar de baixo atrapalhou o momento dos dois. Elisa fez uma careta e Joe riu passando uma das mãos pelo cabelo. — Vou ver quem é. — Joe desceu as escadas rapidamente e quando abriu a porta deu de cara com seu pai segurando algumas sacolas, o que ele estava fazendo ali? 

— Bom dia! — Paul disse animado, ele adentrou e colocou as sacolas em cima do balcão da cozinha. 

— Você não me disse que viria. — Joe disse fazendo uma careta, ele sentou em volta do balcão e observou seu pai enquanto ligava a torradeira. 

— Eu quis fazer uma surpresa, nunca mais passamos um tempo juntos e eu estava com saudades. — Joseph sorriu e assentiu, Paul tinha razão, fazia muito tempo desde que eles haviam passado um momento juntos. — Eu vou preparar seu café da manhã favorito. — Falou enquanto espremia as laranjas para fazer um suco natural.

— Joseph? — A voz feminina ecoou pela casa, Paul olhou para Joseph e depois para Elisa que estava parada em frente a porta da cozinha. Joe agradeceu mentalmente por ela estar devidamente vestida. 

— Elisa? Que surpresa! — Paul disse encarando o filho com a sobrancelha arqueada, ele apenas deu os ombros e riu. — Passou a noite aqui? — Elisa assentiu com as bochechas coradas.

— Joseph preparou um jantar pra mim. — Disse com um sorriso  bobo nos lábios. 

— Sente-se conosco para tomar café. — Elisa sentou-se ao lado de Joe e lhe beijou brevemente na bochecha. Paul terminou de preparar o café da manhã rapidamente, ele fez tudo com muito capricho, gostava de mimar seu único filho de vez em quando. — Dianna disse que as meninas chegam hoje. — Comentou enquanto tomava um gole do seu suco.

— Estamos sentindo falta da Miley lá no bistrô, ela me mandou uma mensagem ontem. — Deu os ombros concentrado na sua torrada, aquilo estava muito bom! Elisa mexeu-se desconfortável na cadeira e bebericou seu café apenas observando. 

— Você assistiu a entrevista que Demi deu? Ela estava maravilhosa, eu fiquei tão orgulhoso dela! Dianna disse que falou com ela ontem à noite e disse que a juíza ficou ao lado de Demi, ela conseguiu tudo o que queria com o divórcio. — Tagarelou animado, Elisa estava claramente desconfortável com aquele assunto e Paul parecia não perceber. — Eu fiquei muito feliz quando soube! Demi merece tudo o que conquistou, ela é tão maravilhosa e talentosa. 

— Pai! — Joe chamou a atenção de Paul. — Já chega, né? 

— Desculpe-me, eu sempre acabo me empolgando com certos assuntos. 

— Está tudo bem, Sr. Jonas. Eu vou indo, o.k? Não quero chegar atrasada.  — Elisa levantou-se da mesa rapidamente e se despediu de Paul com um breve abraço, Joseph acompanhou ela até a porta e não deixou de notar que ela estava estranha e ele sabia o motivo. 

— Você não precisa ficar chateado pelo o que meu pai falou, ele é assim mesmo, sempre se empolga. 

— Está tudo bem... ele parece gostar muito de Demetria e eu não estou surpresa por isso. — Sorriu sem graça e deu um breve selinho em Joseph, aquela maldita estava em todo lugar! — Eu preciso ir, o.k? Na hora do almoço eu passo por lá. — Joe assentiu, beijou a testa dela e fechou a porta assim que ela deu partida no carro. 

— Ela ficou chateada? — Paul perguntou assim que o filho voltou para cozinha. 

— Ela ficou chateada sim, Elisa é muito insegura. 

— Tem algum motivo para ela ser tão insegura assim? — Arqueou a sobrancelha 

— Claro que não é coisa da cabeça dela. — Disse pegando a chave da moto, ele tomou o restante do suco de laranja e riu da careta do pai. — Eu já estou indo para o restaurante, você vem? 

— Filho, você tem certeza que está feliz com Elisa?

— Esse assunto de novo não, eu já falei que Elisa me faz bem, minha vida está ótima e eu não vou discutir isso com o senhor, o.k? Já vou indo, tchau. 


Nova York 
John F. Kennedy International Airport
08:30 da manhã


— Nem acredito que já vamos embora. — Miley disse fazendo biquinho e encostou a cabeça no ombro da irmã, ela havia gostado tanto de Nova York que não queria ir embora, aquela cidade era um sonho e se pudesse ela moraria ali. As duas estavam sentadas numa das cadeiras da sala de embarque do aeroporto. — Se eu pudesse ficaria mais uma semana mas claro que eu traria Liam comigo, estou morrendo de saudades dele. 

— Parece que você gosta muito dele. — Demi falou sorrindo, ela estava com um óculos escuro para esconder as olheiras, havia passado a noite toda acordada.

— Eu o amo demais. — O sorriso bobo no rosto dela a denunciou, Demi riu ao ver o brilho no olhar da irmã, nem com Josh ela era assim. — Depois que eu terminei com Josh pensei que nunca encontraria alguém, mas Liam apareceu e superou todas as minhas expectativas, ele se supera a cada dia e me faz tão feliz. Eu nunca fui uma pessoa romântica mas ele me faz ficar assim, eu tenho certeza que é com ele que eu vou casar e ter filhos. 

— Oh meu Deus, que linda! — Demi disse abraçando a irmã, ela ficava tão feliz em saber que Miley havia encontrado alguém que lhe tratasse da maneira que ela merecia, como uma verdadeira princesa. — Eu estou muito feliz por você. 

— Obrigada, mas e você? Não tem nenhum pretendente? — Perguntou maliciosamente e Demi riu revirando os olhos. 

— Claro que não! Não faz nem vinte e quatro horas que eu estou solteira. 

— Aposto que deve ter muitos famosos com crush na estilista queridinha dos famosos! — Brincou e Demi gargalhou alto atraindo alguns olhares para si. 

— Eu vou curtir um pouco essa fase solteira, focar na minha filha e na minha carreira. Eu não preciso de um homem entende? Mas se por acaso acontecer a pessoa tem que aceitar a minha filha também, agora somos um pacote e eu não posso colocar qualquer homem dentro de casa, entende? — Miley sorriu e assentiu, Demi havia se tornado uma nova pessoa.

— Primeira chamada para o voo 7653 com destino à Nashville. — Demi e Miley se levantaram e caminharam até o portão de embarque. As duas embarcaram sem problemas. Demi sentou-se em sua poltrona e prendeu seu cinto. Ela estava ansiosa, queria ver sua filha, dois dias longe dela era seu limite. Demi riu baixinho e Miley olhou curiosa para a irmã.

— O que foi?

— Nada, é só que... a vida é irônica, sabe? Meses atrás eu passava meses longe de Sophia e não estava nem ai, agora... passei apenas dois dias longe dela e já estou morrendo de saudade.

— É amor de mãe, querida. — Demi sorriu e fechou os olhos, ela estava tão cansada que acabou adormecendo. Demi dormiu o voo inteiro e quando acordou elas já haviam chegado. Miley fez uma careta para irmã e Demi riu imaginando como seu rosto deveria estar inchado. — Eu estava quase indo embora e te largando ai. — Miley disse dramaticamente e Demi fez careta com o drama da irmã.

— Vamos, temos um carro nos esperando. — As duas desembarcaram, pegaram as malas e depois foram até o carro. O motorista ajudou-as com as malas e Demi o dispensou, ela iria dirigir. Miley estava achando tudo aquilo demais, ela nunca tivera tanta mordomia como aqueles últimos dois dias que passara em Nova York.

— Acho que estão todos no bistrô, a mamãe postou uma foto no instagram da Soph abraçada com o Dan.. — Demi desviou o olhar da estrada rapidamente para olhar a foto, ela fez uma careta e voltou sua atenção para a estrada.

— Esse garotinho gosta muito de Sophia.

— Isso é verdade, nunca vi Dan tão apegado à outra criança. Imagine que fofo se eles namorassem quando crescessem, como naquelas filmes...

— Minha filha só vai namorar com vinte anos. — Disse interrompendo a imaginação fértil da irmã. Miley a encarou com a sobrancelha arqueada

— Quem deveria fazer o papel de ciumento é o pai dela, não você. 

— Eu vou fazer o papel de mãe e pai na vida dela então minha filha só vai namorar com vinte anos. Namorar cedo demais só traz problemas.

— Se ela puxar à você, com dezesseis anos ela já vai ter liberado geral. — Sorriu maliciosa e Demi deu um tapa forte no braço dela.

— Miley!

— O quê?! Acha que eu não lembro do dia que você chegou toda envergonhada em casa? Eu escutei toda a sua conversa com a mamãe, sua cara quando ela disse que ia te levar no ginecologista foi a melhor! — Miley gargalhou e Demi sentiu as bochechas corarem bruscamente.

— Eu tinha dezesseis anos e meus hormônios estavam à flor da pele. — Demi se defendeu e estacionou o carro em frente ao bistrô. 

— Não só os seus né? Os de Joseph também! — Miley falou maliciosamente e Demi revirou olhos. 

— Cala a boca, Mi. — As duas adentraram no restaurante e Demetria sorriu ao ver sua filha. A pequena estava sentada no balcão e Joe estava de costas segurando a pequena pela cintura. 

— Mamãe! — Sophia gritou animada assim que viu sua mãe parada em frente à entrada do bistrô. Joseph virou-se e seus olhares se encontraram, ele sorriu envergonhado e colocou Sophia em pé no chão, Demi abaixou-se e abriu os braços para receber sua garota. Sophia caminhou desajeitada até a mãe e Demi segurou sua bebê nos braços lhe enchendo de beijos e abraços. 

— Mamãe sentiu sua falta, meu amor. — Demi levantou abraçada com a pequena no colo e sorriu ao ver Miley nos braços de Liam. Dianna saiu da cozinha e sorriu ao ver suas meninas, Demi se aproximou da mãe e recebeu um longo beijo na testa. 

— Eu senti falta de vocês. — Dianna disse beijando a testa de Miley. Ela nunca havia ficado mais de um dia longe de Miley. 

— Amor, nós precisamos ir passar nossas férias em Nova York, aquele lugar é um sonho! — Miley disse abraçada à Liam, ela havia sentindo tanto a falta dele.

— Nós vamos pra onde você quiser, meu amor. — Ele disse beijando a testa dela. Joe fez uma careta com a melação do casal e Demi riu baixinho. 

— Vocês estão com fome? Eu vou servir um almoço especial pra vocês, por conta da casa. — Paul disse animadamente, ele adorava quando a família estava toda unida. — Vou chamar Selena. Nicholas daqui à pouco chega. — Um dos garçons juntaram as mesas e todos sentaram-se ao redor. Selena sentou ao lado de Miley e sorriu cumprimentando Miley e Demi. A porta do bistrô foi aberta e Nicholas e Elisa adentraram juntos, Nick sorriu ao ver todos reunidos e cumprimentou um por um, ele deu um selinho em sua mulher e sentou ao lado dela. 

 — Sente-se conosco, Elisa. — Dianna disse simpática, Elisa sorriu sem graça e sentou entre Joe e Daniel. Demi revirou os olhos quando Joe e Elisa trocaram um selinho, Miley viu e riu para provocar a irmã. 

— Ah, eu comprei presentes para todos! — Miley falou animadamente. Ela levantou junto com o namorado e foi até o carro buscar os presentes enquanto todos olhavam o cardápio. Miley voltou com os braços cheio de coisas. Ela se sentou ao redor da mesa novamente e sorriu animada. — Pra mamãe e pro Papa Jonas eu comprei um perfume. — Disse entregando as caixinhas embrulhadas para eles. — É da Chanel. — Piscou
— Muito obrigada, querida. — Paul falou animado enquanto abria a caixa de perfume.

— Pra Selena eu não comprei nada demais, apenas um vestido da Givenchy. — Ela entregou uma caixa grande para Selena. — É um vestido bem quente pra você ter um jantar romântico com Nicholas. — Miley brincou e Selena sentiu as bochechas corarem. Era um vestido vermelho de alcinha, muito lindo!

— Obrigada, Mi. — Selena disse agradecida abraçando a amiga fortemente. Demi sorriu e sentiu algo crescer em seu peito, algo como... culpa! Ela olhou para Selena e a vontade de gritar um pedido de desculpas tomou conta do seu coração. 

— E pra mim, tia? — Daniel perguntou ansioso balançando as perninhas. Miley sorriu e se inclinou para beijar a testa do afilhado. 

— Aqui está o seu, Dan. — Entregou o presente para o pequeno. Daniel abriu ansioso e sorriu quando viu a Ferrari de controle remoto. 

— Obrigada Dinda, eu amei, é muito irado! — Disse admirando seu brinquedo.

— Tiaaa! — Sophia falou balançando os bracinhos como se estive cobrando seu presente. Demi riu baixinho e beijou o topo da pequena que estava sentada em seu colo e estranhou quando viu Miley entregando uma caixa na mão da pequena.

— Ei, eu não vi você pegando nenhum presente pra ela. — Demi disse enquanto ajudava Sophia a abrir o presente. 

— Se você visse não ia deixar eu comprar. — Deu os ombros e riu. O presente era um pequeno teclado de brinquedo, cada tecla tocava o som de um animal diferente. Sophia apertou um dos teclados e o mugido de uma vaca ecoou pelo local fazendo a garotinha gargalhar.

— Eu sinto que isso ainda vai nos perturbar muito. — Demi falou fazendo uma careta enquanto via sua filha apertar todos os botões do teclado e vários sons de animais diferentes se misturavam. 

— Pros garotos eu comprei uma camiseta da Calvin Klein e um relógio para cada um, são diferentes para não dar brigas. — Eles riram e Miley entregou os presentes para eles e recebeu um beijo na bochecha de cada um. — Ah Joseph, o seu quem escolheu foi Demi. — Elisa arqueou a sobrancelha e encarou Demi. — Se você não gostar a culpa é dela. 

— Eu gostei muito, obrigada Demetria. 

— Eu falei que ele ia gostar, Mi. — Demi xingou-se mentalmente quando se deu conta de que tinha dito aquilo alto demais e Joseph e Elisa lhe encaravam com a sobrancelha arqueada. Ela mordeu o lábio inferior tentando pensar em algo para sair daquela situação mas nada lhe vinha à cabeça. 

— Você conhece ele muito bem, né maninha? — Miley sorriu lhe deixando ainda mais constrangida. Miley iria lhe pagar por isso, aquela brincadeirinha não tinha graça nenhuma. 

— Vocês aprontaram muito por lá? — Paul perguntou tentando converter aquele clima tenso. Elisa encostou a cabeça no ombro de Joseph e entrelaçou suas mãos, aquilo era uma forma de provocação. Demi sabia bem o que ela estava querendo fazer, ela sorriu para Elisa e encostou as costas no encosto da cadeira.

— Dois dias não deu pra fazer muita coisa. Passei a maior parte do tempo resolvendo problemas e quando não estava resolvendo problemas estava cansada.

— Entendo, mas fico muito feliz em saber que deu tudo certo. — Demi sorriu agradecida, e dois garçons vieram servi-los. 

— Então, Joseph... — Elisa levantou a cabeça rapidamente ao ver Demi se dirigir diretamente à Joseph, era a primeira vez que ela fazia isso. — Eu estou querendo fazer uma bazar pra arrecadar dinheiro para doação, sabe? Acho que aqui seria um lugar muito bom, o que você acha? Eu poderia alugar o bistrô por um final de semana... 

— Eu acho uma ótima ideia! Seria um evento novo e acho que o pessoal iria gostar, novidades são sempre bem vindas por aqui. 

— Ótimos, podemos discutir melhor esse assunto depois, pode ser? 

— Claro! — Demi sorriu e encarou Elisa com um sorriso provocativo nos lábios. Pelo olhar de Elisa, Demi sabia que ela estava se correndo por dentro. 

— Como estão as coisas pro aqui enquanto eu estive fora? — Miley perguntou enquanto o garçom servia o almoço deles.

— Está tudo certo, os dois novos cozinheiros são ótimos, estão fazendo um ótimo trabalho, contratei dois garçons novos também para ajudar o pobre Harry. Selena passou os dois dias ajudando aqui, ela foi uma grande ajuda com tudo.

— Obrigada, amiga. 

— Não precisa agradecer, Mi. Você e Joseph sabem que pode contar comigo pra tudo. — Elas sorriram e se abraçaram. Demi olhou para os três e suspirou, de longe dava pra ver que Selena e Joseph eram bons amigos, como ela foi tão estúpida à ponto de achar que eles tinham um caso? Selena era apaixonada por Nicholas e dava pra ver isso pelo olhar dela, brilhava quando eles se olhavam. Demi sentia a culpa crescer em seu peito outra vez e parecia que a cada hora, aumentava cada vez mais. Ela se sentia como se fosse se sufocar com aquilo à qualquer momento, suas mãos estavam soando e ela não aguentou mais aquela agonia.

— Selena, será que podemos... conversar? — Ela sentia o olhar surpresa de todos em cima dela. Selena a encarou confusa mas assentiu, as duas se levantaram e foram até um canto afastado aonde poucas pessoas tinham acesso. Demi encarou Selena um tempo sem saber como dizer aquilo, Selena estava estranhando tudo aquilo mas seu coração estava acelerado, ela não estava com medo mas estava preparada para qualquer coisa. 

— Desculpa. — Demi disse vagamente, um filme de todas as vezes que insultara Selena passava em sua mente, ela era uma vadia sem coração e entenderia se Selena não lhe perdoasse. — Eu sei que eu não tenho direito de pedir isso à você, depois de tudo o que eu fiz com você... eu entenderia se você não olhasse mais na minha cara, mas... ultimamente tem algo me incomodando, e eu finalmente estou enxergando tudo da maneira que realmente é. Eu sei que não existem motivos para justificar o que eu fiz com você, mas eu estava cega! Eu estava cega de ciúme e não vi como aquele ciúmes doentio estava fazendo mal para as pessoas que cercava eu e Joseph. Selena, eu realmente sinto muito por tudo o que eu fiz você passar, se te ver alguma coisa que eu possa fazer pra você me perdoar, pode ter certeza que eu farei. — Os olhos dela estava brilhando e as palavras saiam embaralhadas. Selena viu a verdade ali nas lágrimas que escorreram pelas bochechas dela, seu coração estava acelerado e ela não sabia o que dizer, nunca havia esperado aquilo.

— Eu te perdoo, Demi. — Demi não esperava por isso, ela se surpreendeu quando Selena lhe abraçou! Ela retribuiu o abraço e chorou no ombro de Selena. — Eu te perdoo porque eu sei que você não é uma má pessoa, você só estava cercada de pessoas erradas.

— Obrigada Selena, você tirou um peso enorme do meu coração. — Elas separaram o abraço aos poucos, se entreolharam e sorriram. — Você topa me ajudar com o vestido de casamento da Ellie? — Perguntou com um sorriso, se aquele era o sonho de Selena, era iria ajudar, era uma forma de se desculpar.

— Demi, não precisa fazer isso.

— Eu sei que não precisa mas eu quero! É uma forma de me desculpar, e não aceito não como resposta. — Elas riram e se entreolharam com um sorriso nos lábios, Demi estava se sentindo mais leve e alegre, finalmente ela estava limpando toda a sujeira que havia deixado antes de ir embora. — Obrigada, Selena. Você não sabe como isso é importante pra mim. 

— Demi, tem males que vem para o bem! Eu vejo que à cada dia que passa você está se tornando uma pessoa melhor, eu nunca tive raiva de você, claro que eu ficava chateada quando você me insultava ou quando dizia que eu queria roubar Joseph de você, isso nunca foi verdade. Joe sempre foi como um irmão pra mim, ele estava ao meu lado nos piores e melhores momentos da minha vida, ele foi o único que me sobrou entende? Eu perdi meus pais, e depois meus avôs mas Joseph sempre esteve ao meu lado. 

— Eu queria ter acreditado nisso antes. Eu era uma menina fraca que deixava as pessoas me manipularem, se eu pudesse voltar atrás eu voltaria e concertaria tudo mas eu não posso, por isso estou tentando dar o meu melhor agora, eu estou tentando concertar tudo da melhor forma que eu posso. 

— Eu acredito em você, Demi. Você vai conseguir passar por cima de tudo isso e vai ser muito feliz, eu sei que vai!

— Obrigada, Selena. Muito obrigada! — Elas se abraçaram e Demi sorriu, ela sentia que finalmente estava fazendo a coisa certa. 


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oi meninas, tudo bem com vocês?
esse capítulo foi o melhor que eu pude fazer com esse bloqueio fodido que estou. 
vou tentar melhorar no próximo, o.k?
respostas dos comentários aqui e aqui | volto o mais rápido que eu puder.
bjs meninas, amo vocês. 


é aqui a sofrência tour?